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terça-feira, 6 de maio de 2014

Da imagem ao texto... Calheta, a minha terra


Missão Calheta e o 3.º ano


       Certo dia de verão, estávamos na praia da Calheta entretidos a fazer castelos de areia com baldes e pás. De repente o mar pareceu estar a fugir, quer dizer, a recuar. De um momento para o outro, à nossa volta, só havia pedras, lapas, conchas e até polvos abandonados pelo mar. Os meus amigos e eu ouvimos os profes a chamarem-nos para sairmos depressa da praia, que agora parecia uma baía fantasma com nevoeiro à volta, como num daqueles filmes assustadores… parecia que alguma coisa ia acontecer… O que seria!?

       Passados largos minutos já estávamos acima da Câmara Municipal da Calheta, junto dos profes e de outras pessoas, e vimos uma onda grande, enorme a aproximar-se e a engolir tudo o que encontrava pela frente: a praia, os barcos e até o presidente da câmara e o chefe da polícia, que foram apanhados desprevenidos e arrastados por esta onda fantástica. Por sorte, tanto um como o outro eram bons nadadores e conseguiram agarrar-se bem a um barco que estava perto deles.

       Os meus amigos e eu ligamos logo para os bombeiros da Calheta e para o 112. Depressa os bombeiros desceram do quartel e chegaram à beira-mar e, de imediato, mandaram afastar as pessoas dos locais perigosos. Talvez meia hora mais tarde, apareceu a Proteção Civil que começou a organizar as operações de resgate de pessoas apanhadas pela onda gigante.

      O mais incrível foi que o velejador João Rodrigues tinha estado na Escola Lombo do Guiné de visita e tinha ido almoçar com o diretor Arlindo no Calheta Beach… também tinha visto a onda aproximar-se e correu para lá como nós e, como nós, viu o presidente e o chefe serem levados pelo mar…

      Ofereceu-se para os salvar, mas não tinha com ele a sua prancha a vela… enquanto tentava encontrar alguma coisa que servisse de prancha, avistou no mar um golfinho e teve uma brilhante ideia… nem imaginam… ou imaginam?? É isso mesmo, trepar para as costas, isto é, para o dorso do golfinho e deslizar até aos homens que estavam agarrados ao barco. Se bem pensou melhor o fez. Primeiro, atirou-se ao mar e deu umas fortes braçadas até chegar ao golfinho. Depois subiu para o seu dorso como se fosse uma prancha a vela e deslizou até ao barco. Amarrou a corda do barco à barbatana caudal do golfinho e conduziu-o até à beira-mar. Foi uma coisa fantástica que nós nunca tínhamos visto na vida. João Rodrigues é um herói habilidoso e muito corajoso. Como se não bastasse ter salva desta forma os dois homens, ainda regressou ao mar para buscar coisas que estavam a flutuar e prender alguns barcos para não serem arrastados para alto mar.

     Tudo acabou bem!

     Bem… tudo não! E a nossa praia!? Ficou estragada!!

     Para isso também achamos solução: criar uma página do facebook chamada “Missão Calheta” para juntar muitas pessoas para arranjar e renovar a nossa praia da Calheta. Convidamos todas as pessoas que a amavam como nós a arregaçar mangas e participar na reconstrução da nossa praia, pois ela é fantástica… e tivemos o apoio de João Rodrigues para ajudar a angariar fundos para a sua reconstrução. Fixe, não?

     Estamos a olhar para a nossa bela praia de mar azul e areia dourada que muito nos orgulha. É bela e é nossa! Agora é ainda mais nossa, porque nós ajudámos à sua recuperação e porque ela tem lindas histórias para contar.


     3.º ano, EB1/PE Lombo do Guiné

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